sexta-feira, 8 de maio de 2009

Divagações durante a aula de física

E então ele entrou pelos portões.

A Lua acima dele parecia envolvida por uma camada, uma cortina de fumaça de não deixava a luz passar. Apesar de estar cheia e brilhante tudo ao redor dele estava escuro e assustador; borrado por sombras escuras demais para serem obra da natureza.

Ele deu um passo hesitante, o pé dele afundou no chão, mas ele ainda não sentia firmeza no passos, como se o chão fosse se abrir abaixo dele.

Mais um passo. Cada passo cidade adentro parecia deixá-la maior e mais escura.

As ruas eram de cascalho, teve pena dos mendigos que andavam descalços pelo chão pontiagudo. O cheiro de podridão também parecia ficar mais fortes, ele se perguntou se a cidade tinha esgoto.

Engoliu em seco, seu coração parecia ser o único som por quilômetros, como se ele fosse o único ser vivo. O que era impossível porque ele sabia que tinha corujas do lado de fora, ele podia ouvi-las piando... Ou podia antes de entrar completamente na cidade. Os portões de ferro pareciam enfeitiçados e os muros altos e imponentes pareciam ser feitos não só pessoas longe, como sons e a luz também.

"E possivelmente, tudo que há de bom nesse mundo também." Pensou.

Os portões fecharam com um ruído estranho, como um guincho de dor.

Não tinha mais volta, ele estava preso.

E pelos barulhos nojentos e repugnantes que ouvia à sua volta, eles também sabiam disso.

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